Ministério da Defesa estará alerta com manifestações durante a Jornada

Rio - A atuação no combate às manifestações ficará a cargo da Polícia Militar (PM), segundo Iinformou o general José Alberto da Costa Abreu, coordenador de Defesa de Área do Ministério da Defesa, em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira. "Acreditamos que eles consigam cumprir a sua missão. Só colocaremos nosso efetivo com o objetivo de manter a ordem em razão dos protestos em último caso, apenas se houver um decreto presidencial a pedido do governador Cabral alegando insuficiência do aparato policial utilizado naquele momento", esclareceu.
De acordo com o general, as forças de segurança já estão cientes dos protestos marcados durante a jornada. "Só iremos atuar se a situação sair do controle. Temos um decreto autorizando nosso trabalho de ações preventivas. Mas, caso o governador solicite, poderemos trabalhar no sentido de desenvolver ações repressivas. É um processo pelo qual é cedido às nossas forças o poder de polícia. Na Rio + 20, por exemplo, não precisamos aguardar este decreto, ele já havia sido expedido com antecedência, como é o caso de Guaratiba. Lá, estaremos atuando com poder de polícia", explicou o general, afirmando que não houve necessidade de reaver o plano de segurança em razão das manifestações, apesar da surpresa na Copa das Confederações
Questionado se haveriam pessoas infiltradas entre os civis, que fariam parte da inteligência da Força Nacional, José Alberto da Costa foi enfático. "Não podemos agir desta maneira. Não podemos nos infiltrar. Não é assim que é feito", disse.
Também foi discutido na reunião que poderá haver uma flexibilização em relação aos cartazes levantados durante a Jornada. "Não vale à pena criarmos um tumulto por um cartaz escrito, por exemplo, 'Fora Cabral'. Isso pode gerar um conflito maior colocando em risco a segurança do evento. Vamos analisar cada caso isoladamente", disse ele, assegurando que armas letais e não letais não serão utilizadas dentro do Campus Fidei em Guaratiba, mas que o uso de tais ferramentas será utilizado na parte externa, assim como na Praia de Copacabana.

Ninguém será revistado

Devido ao número de fiéis, representantes do Ministério da Defesa informaram que ninguém será revistado para entrar no Campus Fidei, em Guaratiba, mas que indivíduos com atitudes suspeitas poderão ser abordados. A exceção fica por conta de quem acessar o palco; neste caso, todos serão revistados.
Sobre o número de críticas em relação aos excessos da PM, José Monteiro, da Secretaria Extraordinária para Grandes Eventos, informou que não será permitido a entrada de grupos de manifestantes organizados e que o uso de máscaras será analisado individualmente. "Máscaras e rostos tapados já entra numa questão mais sensível. Precisamos ficar atentos. Cartazes protestando o uso do dinheiro público na Jornada também será analisado isoladamente. Como foi dito, de repente é melhor deixar aquele indivíduo, se estiver de forma pacífica, em paz, do que acabar causando um efeito contrário a paz que queremos aplicar neste evento.
Monteiro ressaltou que a segurança será logisticamente planejada com base em tecnogia, como os Centros Internos de Comando e Controle, plataformas de observações elevada, além de aparatos aéreos que fiscalizarão toda a cidade.

Direito a liberdade de expressão

Perguntado sobre o direito a liberdade de expressão nos atos da Jornada, Monteiro enfatizou que a Constituição garante o direito a expressão, mas que juridicamente há um dispositivo constitucional que diz que qualquer manifestação só pode acontecer desde que não frustre outras já marcadas.
"As manifestações não podem ocorrer no sentido de impedirem a funcionamento do evento. Se houver essa tentativa, será coibida imediatamente. Estamos monitorando as redes sociais. Caso alguma manifestação aconteça neste sentido, certamente a PM vai continuar atuando da forma adequada, como vem sendo feito na cidade. Na minha opinião, pode ter havido alguns excessos, mas, no geral, o uso dos equipamentos e ações desencadeadas nos protestos está adequado e de acordo com as medidas de segurança que o Estado deve adotar", concluiu.

Planejamento de segurança soma mais de 13 mil homens

Batizada pela Coordenadoria de Defesa de Área por "Operação Papa", o planejamento de segurança na cidade do Rio soma 13.700 homens, sendo 10.200 das Forças Armadas. O restante do efetivo compreende 1.300 homens da Força Nacional de Segurança, além dos agentes e policiais dos Órgãos de Segurança e Ordem Pública (OSOP). Somente a Marinha empregará carca de 2.500 militares, que se juntarão aos 7 mil homens do Exército e 700 da Força Aérea. Existe também a previsão de que o Exército disponibilize 10 helicópteros e 380 viaturas durante toda a operação.
No 'Campus Fidei', a 9º Brigada de Infantaria ficará responsável pela segurança do altar. Durante o encontro, foram definidas 14 estruturas estratégicas e pontos de interesse relacionados a produção e distribuição de água, produção e geração de energia elétrica, estruturas de transporte e telecomunicações. Tirando o altar, onde o papa estará presente, a segurança de Guaratiba e seu entorno ficará por conta da Brigada de Infantaria Paraquedista.
A Artilharia Divisionária da 1º Divisão do Exército, localizada na cidade de Niterói, recebeu a missão de Contingência, priorizando seu planejamento para a região hoteleira da Zona Sul do Rio de Janeiro, além de ter a missão de realizar a segurança do Centro da cidade e da região portuária. Na atuação da Força Aérea, o Comando da Defesa Aeroespacial Brasileiro realizará o controle do espaço aéreo. Como força de contingência, dois batalhões de Infantaria Aeronáutica Especial realizarão a segurança dos aeroportos Santos Dumont e Tom Jobim (Galeão). O Exército e a Marinha do Brasil, separadamente, montarão na área de Guaratiba Hospitais de Campanha direcionados para atender militares que atuam na região.

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