Chuvas deixam rastro de destruição

Após um ano as chuvas voltam a causar estragos nos municípios da Comcam. A comunidade Águas de Jurema, distrito de Iretama, é uma das regiões mais afetadas. Inúmeras famílias perderam móveis e tiveram casas invadidas pelas águas do rio Formoso. Segundo informações, o canal chegou a subir mais de 20 metros devido às chuvas constantes. No mesmo período do ano passado, moradores da localidade já haviam enfrentado o mesmo drama. Porém, desta vez, segundo relatos, a cheia veio com mais violência. Até o início da noite de ontem, segundo o Corpo de Bombeiros, não havia registro de famílias desalojadas ou desabrigadas em Campo Mourão e região. Não há também registro de pessoas feridas.
Dilmércio Daleffe/Tribuna do Interior
Elizeu Antonio Walter indica a altura em que o rio Formoso atingiu sua casa
O produtor rural, Elizeu Antonio Walter mora próximo à comunidade de Águas de Jurema. Ele viu sua residência ser totalmente invadida pelas águas do rio Formoso. Por sorte conseguiu salvar grande parte da mobília.  Segundo o produtor, o rio transbordou no final da tarde de segunda-feira. Sua casa fica a cerca de 20 metros do canal. Por onde a água passou deixou um rastro de destruição. Ainda ontem havia sacos de ração e peças de máquinas agrícolas espalhadas pelo quintal. Parecia um verdadeiro cenário de guerra. “Foi assustador a forma como a água veio subindo”, descreveu.
Walter mora no local desde 1988. É a segunda vez que o Formoso transbordou causando prejuízos à família. A primeira ocorreu no mesmo período do ano passado. Contudo, conforme o produtor, este ano o volume de água foi muito maior. A água atingiu cerca de um metro no interior de sua residência. Desta vez ele estima um prejuízo em mais de R$ 10 mil Depois de reviver o mesmo drama em dois anos seguidos, Walter falou que pretende construir a casa em um local mais alto. “Não dá mais para permanecer morando aqui”, ressaltou.
O ribeirinho Aparício Petri de Lima, também revive o mesmo drama. Ele mora às margens do rio Tormentinho. Lima está com medo e torce para que o tempo se firme e o rio possa voltar ao nível normal. Alguns vizinhos dele já tiveram as casas invadidas pela água do Tormentinho. O ribeirinho teme o pior. Segundo ele, se a chuva não cessar, a água logo atingirá também sua residência. “No ano passado já foi um grande susto. Engraçado que foi praticamente nesta mesma época. Não quero viver esta triste experiência novamente”, falou.
Comerciante tem loja devastada
O comerciante José Donizete dos Santos teve toda sua loja de artigos para presentes devastada pela enchente do rio Formoso. Ele não conseguiu salvar absolutamente nada. O prejuízo ultrapassa R$ 60 mil. E para piorar, ele foi informado pela seguradora que o seguro não cobre sinistros naturais.
Walter Pereira/Tribuna do Interior
O comerciante José Donizete dos Santos estima perdas de R$ 60 mil 
Ontem Santos e suas filhas ainda limpavam a lama deixada pelas águas. No interior de sua loja o cenário era de destruição. Vários objetos e acessórios caídos pelo chão e paredes sujas pelas marcas da água. O comerciante disse que ainda tentou salvar algumas mercadorias, mas não pôde fazer muita coisa devido ao grande volume de água. “Agora é achar forças para recomeçar”, falou à reportagem.
Santos disse que no ano passado, no mesmo mês, vivenciou a mesma cena. Porém segundo ele, a água não subiu tanto. Apesar de todo o estrago e prejuízo, o comerciante não reclamava da vida. “Os prejuízos são apenas materiais. Isso aí recuperamos com o tempo”, falou. 
Família perde animais e tem móveis arrastados por rio
“Foi destruidor.” A afirmação é do pequeno produtor, Elui Wendt. Ele também sentiu na pele pelo segundo ano consecutivo a fúria do rio Formoso. Wendt  mora na comunidade Águas de Jurema. Ele teve móveis arrastados pelas águas do rio e perdeu vários animais. “Teve galinhas que morreram afogadas no galinheiro”, lamentou. O produtor disse também que além de três ovelhas mortas, outras cincos estavam desaparecidas. Ele suspeita que os animais tenham sido levados pela correnteza. Além dos bichos, pelo menos trinta galinhas também não resistiram às chuvas e morreram.
Dilmércio Daleffe/Tribuna do Interior
Marlene Gotz e o marido Elui Wendt perderam animais e móveis
Ontem, Wendt ainda tentou resgatar um guarda-roupa que ficou enroscado na galhada, à margem do rio, mas não obteve sucesso. Inacreditavelmente o móvel foi arrastado por cerca de 500 metros. Até mesmo a porta de um dos cômodos foi levada pela água, que subiu cerca de dois metros residência adentro. “É a coisa mais triste”, lamentou a esposa Marlene Gotz. Segundo ela, vários móveis foram danificados.
Marlene disse que se não tivesse retirado às pressas os dois carros da garagem até mesmo os veículos poderiam ter sido arrastados. Os automóveis foram levados para um local mais alto, no quintal. A água chegou a entrar no interior de um deles. Marlene mora em um imóvel de dois pisos. Enquanto estava no andar de cima, disse que apenas ouvia o barulho das vidraças das portas sendo quebradas pela pressão da água e de móveis caindo pelo chão. “Foi devastador”, ressaltou.

Fonte:Itribuna

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